quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Serie pioneiros pentecostais: Saudoso irmão Emilio Conde nos conta sobre "CRISTÃOS DE ONTEM E DE HOJE"

CRISTÃOS DE ONTEM E DE HOJE

Antigamente no Brasil os evangélicoseram deno­minados "Bíblias". Esse tratamento, sem dúvida, vi­nha-lhes em virtude de viverem o Evangelho. O seu tes­temunho era tão convincente que o mundo atestava estar diante de uma "Bíblia".
Não importava, naqueles dias, que o apelido ou nome lhes fosse dado ou imposto por desdém ou em lugar de cruz; o que importava era que o mundo lesse nas vidas dos salvos o que está escrito nas páginas da Bí­blia, e assim acontecia. Homens como J. M. da Con­ceição, que abandonou a batina para dedicar-se à pre­gação do Evangelho e que ofereceu sua vida em holo­causto voluntário à obra de evangelização do Brasil, pal­milhando estradas que cortam os Estados em todas as direções, sem atentar para outra recompensa a não ser a coroa da vida, insistimos, crentes dessa tempera me­recem ser chamados "Bíblias".
Entretanto, com grande tristeza, notamos que hoje tudo mudou. O mundo não vê na conduta de cada crente uma "Bíblia", e se não tem motivos justos para tratar o crente de “Bíblia", algum eclipse espiritual interrom­peu o brilho da luz do céu impedindo que essa luz reflita a beleza de Cristo.
A Bíblia não perdeu nem perderá seu fulgor, mas os crentes perderam o primeiro amor; o Livro de Deus continua a ser o mesmo luzeiro dos séculos, porém os crentes distanciaram-se da cruz. A Bíblia fala a mes­ma linguagem divina, entretanto os cristãos depressa se acomodaram com o linguajar do Egito e com o paladar das cebolas.
Os homens já não vêem "Bíblias", como outrora, andando pelas ruas e cruzando as praças, evangelizando e deixando o aroma de Cristo por onde quer que passa­vam, impondo respeito ao próprio Demônio. Que vêem os homens, em lugar de "Bíblias"? Verão homens car­regados de preconceitos e leis eclesiásticas? Verão al­guém mais interessado por um pergaminho do que pela salvação dos pescadores? Atentarão para homens im­pando de orgulho denominacional, gloriando-se em es­tatísticas sem verificar se é palha ou grão?
A prosperidade material da igreja nem sempre é índice de crescimento espiritual. Melhor do que orgulho denominacional ou qualquer outra espécie de orgulho, melhor, repetimos, é orar a Deus que dê à Sua Igreja cristãos de qualidade, homens que adornem a coroa com seus talentos e com sua fidelidade, dos quais se possa dizer que seus caracteres são de ouro de elevado quilate.
Muitas cristãos suspiram pelo dia em que sejam maioria para governar a nação, mas talvez não tenham presente a qualidade de cristãos que são dignos de go­vernar. A ver a maioria mandar e governar sem Cristo, embora se diga cristã, é preferível que tal não aconteça. Mil vezes ser minoria entre as nações, mas conservar a vida espiritual dos domínios da fé, a encher a. boca de ordens e assinar decretos sem a assistência de Deus.
O mundo não se interessa muito pela vida da Igreja, mas repara quando há grupos de pessoas egoístas que, cegos pela política religiosa, investem uns contra ou­tros, enquanto as almas sem Cristo são envolvidas e tra­gadas pelos laços que o pecado e a maldade armaram em cada encruzilhada.
Cristãos de hoje, não ficais compungidos pelo qua­dro desolador que se apresenta diante de vossos olhos? Não vos dói o coração por haverdes perdido a luz e a graça que ornavam os mártires e conservavam as feras a distância? Não vos pesa a consciência de haverdes perdido essa atração do nome de JESUS que era uma bandeira
 contra o pecado? Sim, Cristãos de hoje, porque não voltais à fé antiga, ao conceito que os "Bíblias" gozavam entre o povo? Cristãos de hoje, que fizestes da herança que os pioneiros da fé vos legaram? Cristãos de hoje, não vedes o perigo que vos cerca se vos aparentardes com o mundo e vos associardes com os inimigos da fé? Temeis que os homens vos tratem como cristãos? Pois bem. O cristão tem uma cruz que deve levar e essa cruz é o vitupério de Cristo. Quem abandonar a cruz perdeu a moeda com que se alcança a coroa da vida. Quem serrar e diminuir o peso e as dimensões da cruz, torna-a mais leve, mas não conseguirá alcançar a outra margem do Rio da Vida, pois a cruz forma a ponte pela qual se atravessa para a terra da promessa, para os domínios da fé.
Dizei-me, cristãos de hoje, quem vos enganou e vos iludiu, fazendo-vos crer que é melhor ser reverenciado como hipócrita do que desprezado mas temido como puritano?   Não creais em tal engodo de   Satanás.
Se o Diabo conseguir acorrentar-vos aos preconceitos e roubar a vossa conduta e o conceito de cristão, acenando com lisonjas e honrarias, depressa concluireis que perdestes na transação e, ainda mais, após serdes vencidos, sereis também humilhados.
Satanás não vos poupará. Depois de vos desarmar, zombará da vossa fé, blasfemará contra vosso Deus, de­safiará a virtude dos santos e vos lançará em rosto a fraqueza.

Cristãos de hoje, não cedais uma polegada no terreno da crença em Deus. Honrai a confissão que fi­zestes ao aceitar o Evangelho, transformai a zombaria em gozo, fazei da vossa fé um tesouro mui amado com o qual alcançareis o que nenhum dinheiro consegue — um lugar com Jeová e seu Filho no novo céu e na nova terra.

Fonte: 
do­mínios da fé pagina 30. 

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